terça-feira, 12 de julho de 2011

Cortando o cabo da nau


Meninas, esse é o estudo da reunião da JCA no último domingo, dia 10/07. Espero que gostem bastante e possam trazer essa reflexão para prática. Besitos!
Há tempos temos incrustado em nossa mente e coração as letras de um belo hino que diz: “solta o cabo da nau, toma o remos nas mãos e navega com fé em Jesus...” É um cântico bastante conhecido, principalmente no meio pentecostal. Trata ele de uma metáfora envolvendo a navegação marítima em um barco chamado de nau. A interessante analogia aponta para a prática de alguém que ao chegar a determinado porto depara-se com diversas embarcações presas, amarradas e seguras por uma corda, corrente ou cabo.
Assim, se existe o desejo de ver o barco ou a nau singrar os rios ou mares, a iniciativa lógica e natural é soltar o cabo, desprender a corrente, liberar a embarcação até então detida por aquele artifício. Pois é, hoje, olhando para o nosso povo, o que se vê e percebe é que houve, nessa prática, um letal equívoco. Displicência diante de uma ação primária, pois desejam navegar, visitar novos portos, conhecer novas paisagens, porém, esqueceram-se da fundamental providência – “soltar o cabo”. Não soltaram o cabo da nau, logo, continuam presos ao mesmo porto, mesma paisagem, ao mesmo cenário e à mesma entediante rotina. Imaginam lugares fantásticos, sonham com esfuziantes belezas continentais e oceânicas, recitam histórias de lugares paradisíacos, porém, isso não passa de quimeras, sonhos e pretensões de possíveis realidades. De forma enigmática continuam sonambulizados e limitados pelo comprimento, pela extensão do “cabo” que ainda os prende ao antigo ancoradouro, das amarras que ainda não se soltaram. Isto é lamentável, pois há tanto para se ver, tanta vida para se viver, tantas surpresas para se extasiar, “tantos mares a se descobrir...”
É triste e patética a cena.
Alguém dentro de um barco, remos a punho, remadas vigorosas, canseiras, enfado e tudo o que se consegue são alguns metros de navegação. Navegação limitada pelo cabo ainda preso à marina, pois, determinadas amarras possuem certa metragem, o que pode favorecer falsa sensação de movimento e deslocamento. Então, o que se vê diante dessa inusitada realidade são pessoas sérias, carrancudas, frustradas, desiludidas, e, pior, desesperançadas. Nas falas consigo mesmas costumam dizer, “para que tanto esforço e tanta dedicação se tudo o que vivo não passa de mesmice!”
É impressionante como, em nossas vidas, pequenos detalhes fazem grande diferença. Não soltamos o cabo da nau. Só bastava isso! Só isso! Nada mais que isso. Assim, amargurados e ressentidos, gastamos nosso bem maior – a vida – o precioso dom da vida.
Circunscrito ao mesmo porto, ao mesmo lugar, estando agora a bordo da nau, tendo já embraçado os remos e desejando fugir da incomoda situação só lhe resta um alternativa. Cortar o cabo, sim, cortar o cabo da nau!
“Corte o cabo”. Em outras palavras, desvencilhe-se de tudo aquilo que ainda a prende ao antigo “porto”. Abra corajosamente as mãos das coisas aqui de baixo. Invista na fé, ouse acreditar, pague o preço por assimilar o projeto de vida formulado pelo arquiteto do universo.
Veja, o Capitão dos Mares deseja a sua companhia. Ele espera por você. Fará muito gosto a Ele apresentar-lhe novos portos, novas paisagens, novos horizontes, novos desafios, enfim, um novo mundo. Novo mundo que, de alguma forma, se sobressai a esse mundo de horrores, violência e iniqüidades (a que chamamos de pecado). Só é requerida uma coisa – cortar o cabo da nau – isto é, soltar-se e descansar nos braços do pai.
Não, não se pode ser feliz vivendo na incoerência, cantando e proferindo uma coisa e vivendo outra. A incoerência não tem lugar no Reino de Deus. A linguagem do reino é sempre sim quando é sim e não quando é não!
Escoa-se o tempo, logo, é preciso cortar o cabo. Deixe-se levar pelo Capitão dos Mares, usufrua sua companhia, conheça suas habilidades, encante-se com as suas destrezas e, então, descobrirás que, ainda que te assolem maremotos, caudalosas ondas, cruéis e mortíferas tempestades, ainda que sua frágil nau esteja a perigo, descobrirás no meio da tormenta que milagres acontecem. Descobrirás que a especialidade desse misterioso Capitão é realizar salvamentos, até os mais difíceis. Compreenderás que, ainda que ele seja reconhecido como “Capitão dos mares”, perceberás, na verdade, que Ele é o Capitão de sua vida. Basta apenas cortar o cabo da nau.
R. Vicêncio
Pastor (RJ)
Texto extraído da revista Desafio Missionário do trimestre julho/agosto/setembro de 2011

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